Em 14 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Diabetes, data que possui por objetivo a conscientização sobre fatores de risco, diagnóstico e prevenção da doença. Segundo dados do Atlas do Diabetes, da Federação Internacional de Diabetes (IDF), com mais de 16 milhões de pessoas acometidas, o Brasil é o sexto país com mais incidência de diabetes no mundo (atrás apenas da China, Índia, Paquistão, Estados Unidos e Indonésia).
De acordo com dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) – no âmbito da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), do Ministério da Saúde – nas capitais brasileiras, há 3.522.006 pessoas diagnosticadas com diabetes, o que equivale a 10,1% da população adulta destes municípios. A incidência é maior em pessoas idosas. Para se ter ideia, o percentual sobe para 30,4% na faixa-etária acima de 65 anos. Dessa forma, a estimativa é que os casos da doença aumentem devido ao envelhecimento populacional do Brasil.
O que é?
O diabetes é uma doença caracterizada pelos altos níveis de glicose (açúcar) no sangue. Essa condição ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o corpo não consegue usar a insulina adequadamente. A insulina é um hormônio essencial para que a glicose entre nas células e seja utilizada como energia. Os casos mais comuns são de diabetes tipo 1 e tipo 2.
O tipo 1 costuma acometer crianças e adolescentes e é considerado uma doença autoimune, uma vez que o sistema imunológico ataca as células beta e faz com que o pâncreas pare de produzir insulina. Já o tipo 2 é a forma mais comum da doença. Representa 90% dos casos e surge quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou até mesmo não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia.
Entre as complicações geradas pelo descontrole do diabetes estão as doenças cardiovasculares, a hipertensão, a insuficiência renal, a perda de visão e, em casos extremos, a amputação de membros.
Diabetes e pessoas idosas
De acordo com o geriatra e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Dr. Marcelo Valente, os sintomas mais comuns do diabetes incluem sensação de cansaço, aumento da fome ou da sede, perda de peso não intencional, aumento da frequência urinária, formigamento nas mãos e nos pés e turvação visual. Além disso, ele afirma que, na pessoa idosa, há uma maior dificuldade no diagnóstico da doença, por meio dos sintomas, pois uma vez que, apresentam outras doenças que podem mimetizar os mesmos indícios:
“A sensação de cansaço, por exemplo, é um dos sintomas da depressão, assim como o aumento da frequência urinária é um dos sintomas do prostatismo. E a perda não intencional de peso pode ocorrer em decorrência de más condições da saúde bucal.”
Os tratamentos disponíveis incluem medidas não farmacológicas e farmacológicas. Ele explica que entre as medidas não farmacológicas estão as modificações no estilo de vida, com abordagem nutricional personalizada. “Entre as opções farmacológicas temos antidiabéticos orais e terapias injetáveis, como as insulinas”, ressalta o médico.
Por fim, o geriatra reitera que o diabetes aumenta o risco de aparecimento de grandes síndromes geriátricas como, sarcopenia, demência, queda e incontinência urinária: “São complicações complexas de se lidar, pois elevam o número de medicamentos prescritos, aumentam risco de internações hospitalares e consequentemente, pioram a qualidade de vida dos idosos”.